Solilóquio
DANIELA
XAVIER
Menina
Quieta.
E sempre inquieta
Tímida, levada, sempre arteira
Sobe, desce, pula, fica presa
Adora surpresa!
Menina de pés descalços.
Descalço é seu coração.
Imagina, cria, copia
Sonha, conta, reconta.
Menina que busca
Suas verdades, suas mentiras
Suas meias verdades. Solução!
Acredita, desacredita, confia, desconfia
Duvida, questiona, quer ver.
Aprender!
Ai... menina medrosa
do mundo, da vida, do outro.
Medo? Medo pra quê?
Luta, disputa, trabalha
Ela vive. Sobrevive!
Escreve, reescreve
tenta, inventa, não se contenta.
Sabe desenhar?
Eita...menina brava.
Mão na cintura, bate o pé
manda, desmanda
controla, rebola.
Mantém a peteca no ar!
Ah... que menina doce.
Ama, doa , perdoa
desce, reconhece, de si esquece.
Se ocupa, se preocupa
com o outro, os filhos
a mãe, o cachorro, o papagaio.
Ô... menina ousada!
Se exaspera, se desespera
se lança, é lançada
se joga, aprende
Sabe dançar?
Esta menina pensa!
Faz prosa, faz verso
a vida, a dor, o amor
critica, opina
domina, abomina.
Vale discordar?
Mais que menina exigente!
Explica, implica, solicita
afeição, segurança
amor, dedicação.
Sinceridade?
Honestidade!
Menina de muitos jeitos
trejeitos, e rejeitos.
Não a mesma, mas crescendo,
aprendendo, descobrindo.
Reconstruindo!
Menina -menina, menina -moça, menina- mulher
Um jeito novo de viver
Sem nunca, jamais esquecer
Quem eu sou. Quem eu quero ser!
(Daniela Xavier /04/04/2014)